(por João Vitor Nascimento)Para completar a temporada norte-americana de quadras rápidas, de forma quase perfeita, Cori Gauff entra para a galeria das campeãs do US Open.Debaixo de uma tempestuosa cidade de Nova York. A final feminina foi disputada com o teto fechado, no Estádio Arthur Ashe, lotado, para mais de 35 mil pessoas nas arquibancadas.De um lado, a maior promessa de futuro para o tênis dos EUA, nos últimos anos: Cori Gauff. Do outro, a recentemente confirmada, nova número 1 do mundo, Aryna Sabalenka.Um jogo do melhor nível possível. Do jeito que se espera que seja uma final desta magnitude.O jogo se iniciou com Sabalenka pegando fogo. Quebrando serviço de Gauff, e abrindo dois a zero bem cedo. Mas a dona da casa devolveu a quebra, e empatou a parcial. Só que a bielorrussa estava muito inspirada, e não permitiu mais games para a jovem adversária. 6-2, e baile, no primeiro set.Com o início da segunda parcial, veio uma nova Cori Gauff. Empurrada por grande maioria da torcida presente no estádio, a jovem de 19 anos abriu quatro a zero, e dificultou para Sabalenka. A bielorrussa, só então, foi reagir, mas Gauff soube administrar a vantagem, vencer o segundo set, e levar a grande final, para um decisivo terceiro set.Uma partida com tantos momentos e jogadas memoráveis, tinha que ser decidida no terceiro set. E foi isso que vimos.Na parcial decisiva, Gauff tomou as rédeas da partida. O que antes era um jogo desequilibrado se transformou em uma batalha, quando Gauff aumentou sua intensidade, fazendo Sabalenka correr pela quadra no quarto game, antes que a bielorrussa perdesse seu saque com uma dupla falta. Ao todo, foram inacreditáveis 46 erros individuais da bielorrussa.Sabalenka pediu um tempo médico após o quinto game, consultando um fisioterapeuta, devido a um aparente problema na coxa esquerda, mas que não pareceu nada ruim, porque quebrou o serviço da americana, no game seguinte.Se Gauff ficou abalada, no entanto, ela não demonstrou, pois acabou vencendo um ponto de incríveis 20 trocas, antes de se recuperar no sétimo game, e absorvendo a energia da multidão, no Major que ela cresceu assistindo, enquanto conquistava o título.Durante a explosão do público, Gauff se deitou em prantos, ao realizar-se que acabara de se tornar uma campeã de Grand Slam. Abraçou, com muito afeto, a sua rival, e após cumprimentar a árbitra grega, correu para as arquibancadas, para saudar sua família.Ao receber seu troféu de vice campeã, a super aplaudida Aryna Sabalenka, começou a chorar e rir ao mesmo tempo. Foi relembrada das dificuldades do passado, e principalmente, da temporada maravilhosa que teve em 2023 (que ainda não acabou), onde assim como Cori Gauff, venceu seu primeiro Major da carreira. E começou a agradecer sua equipe, antes de voltar a ser aplaudida de pé, por todos, quando a entrevistadora a apresentou como “A nova número 1 do mundo, Aryna Sabalenka!”.Nunca se viu alguém perder uma final de Slam, e aparentar tanta felicidade!No seu discurso de campeã, Cori Gauff, endereçou principalmente sua família (confessou que tentou fazer uma chamada de vídeo com seu irmão, antes da partida, mas que ele não a atendeu), exaltou a nobre oponente da noite, e até falou daqueles que costumam a atacar: “Quando venci um WTA 500, há uns meses atrás, disseram que seria o maior título da minha carreira. Quando venci um WTA 1000, há umas semanas, disseram que seria o ponto mais alto que eu chegaria. Hoje, eu venci um Grand Slam…”Recebeu a taça das mãos da lenda, Billie Jean King, na comemoração do aniversário de 50 anos da igualdade de premiação entre homens e mulheres, no torneio.
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