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UFC

Paulo Borrachinha acusa UFC de oferecer ‘migalhas’ para brasileiros e detalha atrito com a empresa

(por Leandro Chagas)O atrito entre Paulo Borrachinha e o UFC parece não ter fim. Em entrevista ao programa estadunidense “The MMA Hour”, na última quarta-feira, o brasileiro deu detalhes dos problemas que encontrou durante as suas negociações com a companhia. Entre os assuntos debatidos, o atual número 6 do peso-médio (até 84kg) explicou o que fez com que o combate entre ele e Whittaker, anunciado como luta principal do UFC 284, em Perth, na Austrália, fosse cancelado. Desmentindo o próprio Ultimate, Borrachinha negou por inúmeras vezes que tivesse de fato assinado um contrato para enfrentar Whittaker. Segundo o brasileiro, o anúncio oficial feito pela empresa foi uma tentativa de fazer com que ele se sentisse pressionado, o que acabou não dando certo, já que o mineiro não aceitou os valores oferecidos. Sem acordo entre ambas as partes, a luta acabou não saindo, pelo menos por hora. “Digo que quero novos termos para lutar (com Whittaker). Não vou (lutar) pelo mesmo dinheiro. É um evento principal na Austrália. O pessoal da Austrália estará lá. É uma grande luta. Portanto, (US$ 70 mil) não é suficiente para isso. Basta ir um pouco mais alto, e eles disseram não. O advogado do (presidente do UFC) Dana White, (diretor de negócios do UFC) Hunter Campbell, disse: “Precisamos fazer um novo acordo de seis lutas”. Eu disse: “Não, não vou falar de mais seis lutas”. Isso faz sentido. Por que você trouxe seis lutas? Estou falando sobre aquela, para lutar contra Whittaker, não mais seis. Não faz sentido para mim”, explicou ele, emendando na sequência:”Não estou esperando mais seis lutas, não pelos números que ele me mandou. Não acho que isso faz sentido. Estou falando de uma luta especificamente, não de seis. Eu fiz isso no passado, cinco anos atrás, em 2017, e estou pagando por esse erro até agora, porque estou muito”, disse ele, falando dos termos financeiros desatualizados em seu contrato, já que ele acabou se tornando um dos nomes mais populares da divisão dos médios.Vale destacar que a popularidade de Paulo não veio apenas por suas declarações polêmicas. O lutador de 31 anos chegou a alcançar cinco vitórias seguidas em suas primeiras lutas no Ultimate, batendo nomes de peso como o ex-campeão meio-médio Johny Hendricks, Uriah Hall e Yoel Romero. Sua sequência positiva acabou sendo parada pelo até então campeão peso-médio, Israel Adesanya. Depois disso, Borrachinha ainda perdeu para Marvin Vettori, numa luta onde teve problemas com a balança, até se recuperar dos dois reveses ao bater outro ex-campeão, o veterano Luke Rockhold, em agosto deste ano, quando entrou no octógono pela última vez até então. Fruto de suas desavenças com o UFC, o atual contrato de Borrachinha, que foi feito em 2017, quando ele tinha chegado a companhia e ainda era empresariado por Wallid Ismail, presidente do Jungle Fight, prevê bolsa de US$ 70 mil, além de um bônus de US$ 70 mil em caso de triunfo. De acordo com o próprio lutador, para tentar a renovação, o Ultimate ofereceu um novo vínculo de seis lutas e uma bolsa de US$ 500 mil. Contudo, a luta contra Whittaker não entraria nesta conta. O maior problema para a companhia é que o brasileiro não quer assinar um acordo tão longo por este valor. Sobre isso, Paulo aponta um possível descaso do UFC com os brasileiros. “Acho que eles só oferecem contratos com números muito baixos para os brasileiros. Não sei o que eles pensam. Talvez eles pensem: “Ah, esses filhos da p*** vivem no Brasil, na selva, eles não precisam de dinheiro de verdade, porque a moeda vale cinco vezes menos que o dólar. Vamos pagar migalhas para eles”. E foi o que eu disse antes. A mentalidade dos brasileiros é: “Ok, concordo. Vamos fazer isso”. Fiz isso e sei que os brasileiros fazem muito isso. “Não ligo contra quem vou lutar, em que posição meu oponente está no ranking”. Mas isso é péssimo para os negócios”, analisouSem previsão de retornar ao octógono, em março de 2023, o brasileiro acredita que será um agente livre, o que pode fazer com que ele acabe optando por deixar de vez o UFC. “Preciso fazer mais uma (luta), vou fazer (isso). Mas pelo que meu pagamento é agora, (não), seria contra um cara fora do ranking ou com classificação inferior. Eu gostaria de lutar com Whittaker, mas acho que só se eles negociarem um pouco, porque Hunter apenas diz o número e avisa: “Pega ou não”. Isso não é negociação”, encerrou.  

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