(por João Vitor Nascimento)E chegamos ao grande dia, teremos neste sábado, a finalíssima feminina de simples da edição de 2022 Wimbledon! Que final marcante…E curiosa! À princípio, precisamos situar aqueles, que ainda não cientes da situação ocorrida nos últimos meses. Este, é um ano bem diferente, para o torneio, por três motivos: 2022, marca o centésimo aniversário da construção da Quadra Central de Wimbledon. Por causa da invasão bélica russa ao território da Ucrânia, a organização do torneio decidiu banir todos os tenistas da Rússia e da Bielorrússia (que dá suporte aos russos, no confronto), de participarem de Wimbledon em 2022. Uma decisão que a maior parte da comunidade do esporte, achou errada e desmedida. Em retaliação à decisão tomada pela Lawn Tennis Association (que gerencia o tênis no Reino Unido), a ATP (que gere o tênis masculino), a WTA (que gere o feminino), e a ITF (órgão máximo que regula o tênis), decidiram em conjunto, por não pontuar os participantes do torneio deste ano. Deixando somente as premiações em dinheiro, e o reconhecimento oficial, como participantes de um evento Grand Slam. De um lado, Ons Jabeur, da Tunísia, número 2 do ranking mundial. Uma atleta, que carrega o peso de um continente inteiro, em suas costas, por ser a melhor tenista africana da história. Do outro, Elena Rybakina, do Cazaquistão (mais sobre isso, em breve), número 23 do ranking mundial. Que encontrou sua maestria, no gramado de Wimbledon, e veio derrubando excelentes adversárias, para chegar até a final. É uma decisão histórica, pois nenhuma das duas esteve tão próxima de um título dessa magnitude. Ambas são atletas amplamente habilidosas, mas que sempre tropeçavam em alguma coisa no caminho de seus torneios mais importantes. Jabeur, por exemplo, vive em 2022, o melhor ano de sua carreira. Campeã do Masters 1000 de Madrid, e atingindo a maior posição de ranking de sua carreira. Já Rybakina, viveu no fim de 2021, uma fase incrível, que a rendeu um 12º lugar no ranking, em janeiro deste ano, sua melhor posição, até hoje. Após o Reino Unido ter votado pela saída da União Europeia (BREXIT), muitos imigrantes africanos foram afetados indiretamente. Sejam pelas restrições de viagens, ou pelo comércio destes países, que ficou um pouco mais limitado com o Reino Unido, as pessoas da África, que vivem na Europa, em geral, tiveram suas vidas alteradas, de certa maneira. Muitos veem Ons Jabeur como um ícone, não só da Tunísia, mas sim, de toda a Mãe África. Se for campeã, justo na primeira edição de Wimbledon após o BREXIT, a mesma será elevada à um nível de importância imenso. Ao contrário do que se pensa, Elena Rybakina não é, exatamente, cazaque. Ela é russa! Acontece que há alguns anos, a Federação Cazaque de Tênis quer popularizar o esporte, no país, e toma proveito da proximidade geográfica e da boa política com alguns países vizinhos (incluindo a Rússia), para atrair jovens talentos esportivos, para obterem a cidadania do Cazaquistão. Assim, com o oferecimento de alguns benefícios, e certas regalias para os atletas e suas famílias, os mesmos podem jogar representando o país, mundo afora. Vários tenistas masculinos e femininos, fizeram essa escolha, assim como Rybakina a fez em 2018. Então, um eventual título de uma atleta de origem russa, em um ano em que os russos foram banidos do campeonato deixaria muita gente com um sorriso meio amarelo no rosto. Teremos, um confronto de estilos, na Quadra Central. Enquanto a tunisiana, tem um repertório cheio de slices, jogadas curtas, deixadinhas, e golpes difíceis de retornar, a cazaque é uma sacadora nata, e uma adepta da agressividade e da força, mas, que não abre mão da qualidade do jogo de rede. Chaves para a vitória: Elena Rybakina Caprichar no saque, não deixar Ons “gostar do jogo”. Além de trabalhar bastante, para antecipar as surpresas presentes no jogo da rival, principalmente, quando se tratar de bolas próximas à rede. Elena deve dominar Ons, nos games de serviço, e manter-se sempre atenta às peripécias da tunisiana. Ons Jabeur Deve focar-se, principalmente, em cansar Elena. Deve fazê-la correr o máximo que puder, pela quadra, utilizando todos os seus artifícios possíveis, para poder finalizar os pontos com alguma tranquilidade. Pelas características de seu jogo, Elena costuma cometer muitos erros, e Ons tem que se aproveitar disso, forçando-os. Terá que fazer o máximo, para manter sua rival longe da rede, pois é uma excelente voleadora.
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