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UFC

Stephan Bonnar, o homem que ajudou a salvar o jogo

(por Rafael Lima) O ano era 2005. O UFC passava por dificuldades técnicas e financeiras, a falta de lutas empolgantes em comparação ao evento japonês, Pride, colocou em risco o futuro do Ultimate. As grandes estrelas da companhia eram Chuck Liddell e Randy Couture, mas não existiam tantos lutadores carismáticos como eles e esse era um problema sério para a companhia. Em meio a esse caos, Dana White e companhia resolveram criar um reality show, o The Ultimate Fighter, para tentar buscar um novo público para a organização e, além disso, envolver as pessoas no dia a dia dos lutadores, para gerar empatia e potencializar o carisma de alguns. O plano deu certo, porém, ninguém esperava o boom que aconteceu no evento final do programa. Diego Sanchez nocauteou Kenny Florian para vencer o TUF entre os meio-médios numa ótima luta, porém, o que veio a seguir foi algo memorável e surreal. Forrest Griffin e Stephan Bonnar protagonizaram uma guerra épica, com ambos deixando tudo no octógono, num combate sangrento, empolgante, sendo um dos maiores duelos de MMA da história, que terminou com a vitória de Griffin, mas elevou o status de Bonnar, garantindo a ele um contrato com o Ultimate. O embate foi um verdadeiro fenômeno, já que a luta fazia a audiência aumentar a cada minuto, os americano passaram a enxergar o UFC como um entretenimento real. Após a criação do TUF e deste combate que entrou para o Hall da Fama do UFC, a organização americana chamou a atenção de grandes investidores e teve condições de na sequência, em 2007, comprar o rival Pride e contar com diversos lutadores que faziam parte da companhia japonesa, monopolizando assim o mercado do MMA mundial.Stephan Bonnar, que morreu no último dia 24, é parte importante no ‘boom’ da organização e do esporte, pois sua luta contra Griffin foi um marco de salvação a uma competição que estava desacreditada. Para quem acompanha o MMA desde os primórdios, após chamar a atenção na época de Royce Gracie, Ken Shamrock, Dan Severn, Don Frye, Mark Coleman, Tank Abbott, Oleg Taktarov e companhia, o UFC teve uma queda no interesse e, se não fosse a ideia do TUF, finalizada de forma épica, talvez o Ultimate não existisse e o MMA, com certeza, não teria nem perto da popularidade que tem. Para quem não sabe, Bonnar, antes de fazer a luta épica contra Griffin, tinha um cartel de 7-1, sendo sua única derrota na primeira edição do Jungle Fight, quando sofreu um nocaute técnico de Lyoto Machida. Apesar da derrota, ele, assim como fez com o UFC, trouxe sorte para o evento que hoje é o maior de MMA da América Latina.Além dessas lutas, vale lembrar batalhas épicas como as vitórias diante de Keith Jardine, que vinha de uma invencibilidade de mais de 4 anos, e Krzysztof Soszynski, numa revanche muito pedida. Ou as derrotas para Rashad Evans, num combate que poderia ir para qualquer lado, e Jon Jones, que aniquilava seu adversários até ter uma luta dura contra Bonnar.Na sua incrível carreira, Stephan Bonnar também enfrentou outras lendas como Mark Coleman, Anderson Silva e Tito Ortiz. E, mesmo sendo derrotado na maioria de seus combates contra nomes importantes, o ‘psicopata americano’ sempre entregava um grande combate, pois ia para cima e não tinha medo de trocar golpes contra quem fosse, se tornando um dos mais queridos do público por causa desta coragem e coração. Eu, como fã de MMA, presto minha homenagem a este incrível personagem chamado Stephan Bonnar, que ajudou a salvar o esporte que amo, deixando um legado que ele nunca teve a pretensão de deixar, mas mesmo sem se considerar assim, foi fundamental para o UFC. Descanse em Paz, guerreiro. 

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