O projeto da Audi para sua entrada na Fórmula 1 daqui a dois anos vive uma nova incerteza, com novas indicações de que um dos nomes fundamentais por trás dos trabalhos deve sair da montadora alemã.
Poucos meses após a saída do CEO Markus Duesmann, visto como o principal nome por trás do projeto, parece agora que outro arquiteto desse processo, o chefe de desenvolvimento Oliver Hoffmann, também deve deixar a Audi antes da montadora entrar na categoria.
Embora o contrato de Hoffmann tenha sido recentemente renovado, segundo uma reportagem do jornal alemão Bild, ele deve ter sua saída forçada nas próximas semanas. O motivo por trás disso seria um conflito de ideias com o atual CEO da montadora, Gernot Döllner, sobre o futuro da marca alemã.
Muitos também culpam Hoffmann pelo baixo número de vendas de seus carros, com os modelos planejados em sua gestão não tendo o sucesso esperado, além de vários outros que foram adiados inúmeras vezes.
Segundo apurado, o Conselho Fiscal da Audi discutirá o caso com Hoffmann na quinta-feira e, em seguida, o Conselho Fiscal do Grupo Volkswagen tomará a decisão final no início de março. Uma mudança em potencial pode ter implicações nos planos da Audi para a F1, já que Döllner pretende incluir Hoffmann no projeto para a categoria.
Hoffmann conhece bem os planos de entrada na F1, estando ao lado de Duesmann no GP da Bélgica de 2022, quando a Audi anunciou sua entrada na categoria a partir de 2026. No entanto, sua chegada, junto à Sauber, causa novas questões sobre qual seria seu papel, já que o time suíço conta com o CEO Andreas Seidl para comandar a transição.
Adicionar uma nova burocracia entre Seidl e o Conselho Administrativo da Audi não parece ser uma situação ideal, especialmente em um momento em que há preocupações sobre o tamanho das mudanças necessárias na Sauber para a entrada da Audi.
Os problemas envolvendo a Audi
O time enfrenta dificuldades para atrair pessoal de elite para a Suíça, e surgem dúvidas se o investimento necessário para que a equipe chegue à ponta do grid está sendo feito no ritmo necessário, já que eles ainda não assumiram total comando da Sauber.
A situação de Hoffmann vem logo após especulações de que a Audi poderia mudar de ideia quanto à sua entrada. Tendo que cumprir um período de silêncio de 100 dias após assumir o cargo de CEO, Döllner se comprometeu publicamente com a Fórmula 1 apenas em dezembro do ano passado, em uma entrevista à Handelsblatt.
“Há uma clara decisão entre o Conselho Administrativo e o Conselho Fiscal da Audi e da Volkswagen de que a Audi entrará na Fórmula 1 em 2026. O plano está em execução”.
A montadora ainda não respondeu aos pedidos de esclarecimento solicitados pelo site Motorsport-Total.com sobre a mudança na junta de diretores. Um porta-voz disse ao Bild Zeitung: “Como uma questão de princípios, não comentamos sobre assuntos pessoais”.
Isso significa que, até aqui, os rumores sobre a ida de Hoffmann para o projeto da Fórmula 1 continuam sem serem desmentidos. E essa turbulência mais recente parece não ser produtiva para o desenvolvimento da equipe em Hinwil e dos motores em Neuburg. Assim, convencer engenheiros de elite ou pilotos como Carlos Sainz fica complicado em meio às dúvidas sobre a entrada da Audi.