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Futebol Eurocopa

A fase da Seleção Italiana não combina com a ascensão dos clubes do país

A Seleção Italiana, atual campeã da Eurocopa, há tempos vem sofrendo no cenário futebolístico de seleções, sendo o título da Euro 2020 um fato isolado. Na atual edição, a “Squadra Azzurra” foi eliminada no último sábado pela Seleção Suíça, tomando um verdadeiro vareio de bola.

Em termos de Copa do Mundo, a situação é bem pior. Após o título em 2006, os italianos foram eliminados na primeira fase em 2010 e 2014 e nem se classificaram para o mundial nas duas últimas edições, 2018 e 2022.

Tamanha crise estava relacionada ao declínio da liga nacional, a Serie A Tim, que além dos escândalos envolvendo jogadores e clubes, como a tradicionalíssima Juventus, não conseguia mais competir com a Premier League e a La Liga, ficando atrás também da Bundesliga.

Perdendo o poder de compra em relação aos gigantes ingleses e espanhóis, os clubes italianos, afundados em dívidas e alguns em escândalos, passaram disputar competições europeias sem muitas aspirações.

O último clube italiano a conquistar a Champions League foi a Inter de Milão, em 2010. A partir daí, somente a Juventus, em 2015, e a própria Internazionale, ano passado, chegaram à final, sendo derrotadas.

Os clubes italianos vem fazendo boas campanhas em competições europeias

Apesar disso, a maré está mudando, com uma estruturação maior dos clubes, negociações de dívidas e algumas equipes recebendo dinheiro de investidores, o futebol italiano começou a ressurgir em competições europeias.

Assim como a Inter, que perdeu para o Manchester City na final de 2023 da Champions League, a Roma foi derrotada pelo Sevilla nos pênaltis, na decisão da Europa League daquele mesmo ano.

Se levarmos em conta a terceira principal copa europeia, a Conference League, os italianos foram finalistas nas três edições da competição, com a Roma conquistando em 2022 e a Fiorentina perdendo nas finais das duas últimas competições.

Sendo assim, do ano passado para cá, somando as três competições europeias, das nove finais possíveis, cinco tiveram presença de times italianos, algo que não vinha acontecendo.

A Seleção Italiana precisa se reinventar

Luciano Spalletti, técnico da Seleção Italiana
Luciano Spalletti, técnico da Seleção Italiana

Esse contraste entre o momento dos times italianos e a seleção pode ser explicado pelo investimento das equipes em reforços, que nem sempre são nascidos no país da bota, e a falta de renovação dos atletas, já que Itália não revela uma boa quantidade de jogadores relevantes há décadas.

A base dos clubes precisa ter a filosofia de revelar jogadores mais completos ao invés de buscar títulos. A Seleção precisa de uma mudança de filosofia na beira do campo, com um treinador que possa potencializar a capacidade dos jogadores e não engessar o time.

Luciano Spalletti tem bons trabalhos, principalmente por Roma e Napoli, porém, precisa realinhar a forma como a equipe tem jogado, pois a Itália não tem uma tradicional defesa sólida e ao mesmo tempo não apresenta criatividade na criação das jogadas, se tornando bastante previsível, como foi visto no jogo diante da Suíça.

O momento da Itália é chave, pois agora a Azzurra canalizará seus esforços em conseguir uma vaga na Copa do Mundo de 2026, pois se não conquistar a classificação, viverá a maior crise de sua história.