Tite no banco de reservas do Allianz Parque, durante Palmeiras 0x0 Flamengo, pela terceira rodada do Brasileirão 2024
Brasileirão Futebol

Flamengo: Tite justifica a ausência de Pedro e De la Cruz, apontando o risco de lesão como motivo: “Não se trata de uma decisão minha”

No embate válido pela terceira rodada do Brasileirão, Flamengo e Palmeiras empataram sem gols no Allianz Parque, resultando na perda da liderança em gols pró para o Rubro-Negro. Tanto o técnico Tite quanto o auxiliar César Sampaio explicaram que a ausência de Pedro e De la Cruz no duelo contra o Verdão foi devido à precaução contra lesões de seus atacantes, decisivos em jogos importantes da equipe nesta temporada. Além deles, o preparador físico Fábio Mahseredjian, também explicou razões pelas quais o comando técnico está tirando seus principais atletas de campo e a análise feita pelo clube na intensidade de jogos ao longo do ano.

Técnico do Flamengo afirma que decisão foi por “precaução”

Na coletiva de imprensa após o jogo, Tite elucidou a decisão de deixar Pedro e De la Cruz no banco, enfatizando a preocupação com a prevenção de lesões. Segundo o técnico, o departamento médico alertou sobre a condição física de vários jogadores, incluindo Pedro, Nico, Ayrton, Erick Pulgar e Luiz Araújo, que evidenciaram sinais de alerta devido à sequência de jogos e às exigências do gramado sintético do estádio:

Eu estava pedindo para chamar o Fábio (Mahseredjian, preparador físico) porque ele tem detalhes específicos da área que são científicos, que não é da vontade do técnico. A vontade do técnico é competir todos os atletas e colocar. Mas tem alguns atletas com seis ou sete jogos seguidos. Aí o departamento médico diz: ‘A nossa posição é de cuidados’. Hoje especificamente tínhamos Pedro, Nico, Ayrton, Erick Pulgar e Luiz Araújo, que estavam em sinal amarelo e vermelho porque tinham riscos importantes e você perde jogador para seis ou sete jogos. E o sintético tem uma característica diferente. A exigência articular e muscular no sintético é muito maior também”  

– Tite sobre a ausência de atletas importantes para o setor ofensivo do Flamengo no duelo diante do Palmeiras na tarde desse domingo em São Paulo.

Além de Tite, o auxiliar técnico do Flamengo César Sampaio também participou da sonora pós-jogo, e reiterou a relevância da avaliação fisiológica e do acompanhamento da carga de minutos dos jogadores, justificando a escolha de iniciar com outros atletas para manter a performance e reduzir os riscos de lesões:

“Quanto a não iniciarmos com o Pedro e Nico, nós temos a avaliação fisiológica, o acúmulo de minutos. Então, seguindo essas recomendações do Departamento de Saúde e diante desse calendário árduo também, iniciamos com outros atletas que no nosso entendimento também poderiam responder bem. Eles entraram no segundo tempo, os links já são links dentro dos minutos que nós temos aqui no Flamengo. Eles já se conhecem melhor, entendo até que com a entrada dos dois nós começamos a fluir um pouco mais ofensivamente, mas é isso. Foi o Departamento de Saúde que nos deu esse direcionamento”

– esclareceu César Sampaio, auxiliar técnico do Flamengo.

Além dos treinadores, o preparador físico do Flamengo Fábio Mahseredjiann também participou da entrevista coletiva para esclarecer os motivos pelos quais a equipe tem optado por poupar seus principais jogadores. Ele ressaltou a crescente intensidade do jogo, evidenciando o aumento da demanda física sobre os jogadores. Citou um estudo que acompanhou sete temporadas da Premier League, destacando o incremento nos números de piques em velocidade e de ações de alta intensidade, o que amplia significativamente os desafios físicos enfrentados pelos atletas.

Após explicar a ausência dos atletas, o preparador também explicou o processo de análise realizado no Rubro-Negro, que envolve avaliação bioquímica, termografia e monitoramento da minutagem de jogo. Destacou que o objetivo não é apenas prevenir lesões, pois estas são inevitáveis em um esporte de alto desempenho, mas sim elevar os jogadores ao seu ápice físico e recuperá-los quando necessário.

Mahseredjian enfatizou que, com o calendário congestionado, o número de lesões tende a aumentar, e que a decisão de poupar determinados jogadores é tomada com base na queda de performance observada. Ele salientou a importância da individualização do cuidado com cada atleta e do trabalho em equipe para tomar as melhores decisões visando aprimorar o desempenho.

Quanto ao jogo contra o Palmeiras, ele destacou a competitividade entre os dois times e a qualidade do trabalho do técnico Abel Ferreira, elogiando o modelo de jogo implementado pela equipe paulista.

Sobre o gramado sintético do Allianz Parque, Mahseredjian mencionou a necessidade de adaptação por parte dos jogadores e equipes. Ele comparou as características do gramado sintético do estádio com outros tipos de superfície, enfatizando suas particularidades e impacto na velocidade da bola.

Na análise sobre a disputa aérea no jogo entre Palmeiras e Flamengo:

“São dois modelos que são vencedores. O Abel, e eu o parabenizei antes do jogo e parabenizo o Palmeiras por ter um trabalho tão longevo, tão vitorioso, com os atletas com uma sintonia do modelo e abraçar é muito difícil no futebol. Então falei, falei isso para ele, falei isso para a presidente em relação a tudo isso, porque para incentivar todos os clubes à permanência. É um pouquinho de corporativismo, sim, ele é de dar tempo para que os profissionais possam trabalhar, e ele é um exemplo disso, ele é um exemplo disso. Do nosso modelo, dos últimos dez trabalhos, talvez o número de gols feitos e de média só Jorge Jesus teve superior.”

Aliás, o Jorge Jesus merece uma placa. Ele fez um trabalho extraordinário, e ele é a referência. É até inconcebível o cara tentar chegar nesse estágio, assim como o Abel aqui e outros exemplos mais. Então melhoramos no sentido de equilibrado.”

Bola aérea: nós sofremos hoje a bola aérea num cabeceio e ajustamos numa bola parada de cabeceio. As outras todas parece que teve uma finalização só que foi no gol e todas as de bola era de cobertura que tinha sido. Nós tínhamos tomado o gol de cobertura do lateral, do lado oposto em bola de inversão. Porque o modelo é o próprio dito pelo Abel. Ele quer aquele detalhe dos quinze cruzamentos, quinze finalizações, duelos. Roubada de bola, né?”

– Fábio Mahseredjian, preparador físico do Flamengo.

César Sampaio compartilhou sua perspectiva sobre o Palmeiras atuando com três zagueiros:

Foi o mesmo modelo que ele tirou contra nós no primeiro jogo, né? Usou a entrada do Luan. Ele tem essa possibilidade, como o Tite diz, já conhece bem os atletas pelo período que trabalha junto. Confesso que eles já estão mais adaptados a esse gramado. Enfim, com três zagueiros ele pode dar um pouco mais liberdade aos alas, né? Para ocuparem um espaço intermediário mais ofensivo.

Nós tivemos algumas boas chances de implementar algo para superar isso. Um erro de passe, um ajuste, um domínio com a bola um pouco fora do lugar, enfim, uma falta de uma melhor decisão, acabou no último intermediário e ofensivo, acabou que nós não aproveitamos essas oportunidades. Enfim, faz parte, eles têm no seu sistema defensivo um dos pilares de sustentação e não é reclamar o gramado, eles estão mais habituados a jogar nesse gramado do que a gente.”

Vice-líder do Campeonato Brasileiro, o Flamengo empata em pontos com o Red Bull Bragantino, porém, apesar de 7 pontos iguais ao Massa Bruta, o Rubro-Negro também empata em saldo de gols, e o 0 a 0 diante do Palmeiras na tarde desse domingo lhe impediu de manter a liderança do torneio. O Mengão volta à campo nesta semana pela CONMEBOL Libertadores diante do Bolívar, na altitude de La Paz, às 21h30 (de Brasília).

Foto: Leonardo Lima/AGIF.

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