Sensação do futebol brasileiro aos 17 anos, o atacante Endrick, do Palmeiras e já vendido ao Real Madrid em uma negociação que pode chegar aos 60 milhões de euros (R$ 400 milhões), participou do programa ‘Conversa Com Bial’, da Rede Globo, apresentado pelo conceituado jornalista Pedro Bial.
Durante a entrevista, o apresentador perguntou como o garoto vem lidando com o sucesso com tão pouca idade, visto que até pouco tempo ele era um menino com sérias dificuldades (a família de Endrick chegou a passar fome quando ele era criança) e hoje é uma referência do atual bicampeão brasileiro, futuro jogador do maior time do mundo e favorito a estar na lista de convocados de Dorival Júnior para defender a seleção brasileira na Copa América, em junho.
“Penso muito na minha família, porque sei que ter uma casa boa, ter comida na mesa, escola boa, estava nas minhas mãos. Isso foi acontecendo quando comecei a ter uma carreira boa no Palmeiras. Quando tive o primeiro contrato foi que eu pude dar isso para a minha família, então aquele peso (do passado sofrido) descarregou”, falou Endrick, que disse ter sido surpreendido com a primeira convocação, ainda com Fernando Diniz no comando da Seleção.
“Chegou bem antes. Falava com meu pai, não esperava a convocação, não”, falou o atacante.
Gols pela Seleção
Endrick estreou pelo Brasil ainda em setembro de 2023, quando entrou em campo contra Colômbia e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, mas não marcou em ambos os jogos. Porém, nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, em março de 2024, o atacante saiu do banco para fazer o gol da vitória por 1 a 0 em Wembley, e o do empate em 2 a 2 (o jogo terminou 3 a 3) no Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, seu futuro clube. Quando questionado como se sentiu com os gols, Endrick foi só sorrisos e disse ter guardado uma imagem em especial.
“Foi um gol maravilhoso (no Bernabéu). Quando eu fiz e fui deslizando, vi um torcedor com a camisa da Espanha na minha frente e falando – estou entendendo um pouco de espanhol – que estava me esperando aqui e que vou ser um grande jogador. E eu estava fazendo minha comemoração de ‘prazer, sou Endrick’. Esta imagem está na minha cabeça desde que fiz o gol” lembrou o garoto.
Focado na Copa América
Com a passagem para a Espanha marcada para o fim de julho, quando completa 18 anos, Endrick vive os últimos dias como jogador do Palmeiras. Perguntado sobre como imagina a vida em Madrid, a joia da base alviverde preferiu focar no momento atual, visto que é titular da equipe e tem ciência de que suas atuações podem levá-lo a conquistar a convocação à Copa América, seu principal objetivo no momento.
“Eu não gosto de ficar muito por dentro, mas já vi a casa, já escolhemos, agora as outras coisas, não sei quando vou, quando vai ser minha apresentação. Estou mais concentrado na Copa América, que é onde quero estar”, disse Endrick.
Endrick tira lição da Disney
Outro assunto que pautou a entrevista foi a ausência de Endrick na lista final do Mundial de Clubes da FIFA, em 2021, onde o Palmeiras enfrento e perdeu para o Chelsea por 2 a 1, na prorrogação. Bial perguntou como o garoto, à época com 15 anos, se sentiu com a não convocação para a disputa, e como ele reagiu à fala do técnico Abel Ferreira, que disse que Endrick deveria ir à Disney aproveitar a infância, e não ser cobrado em um torneio de tamanha importância.
Como resposta, o garoto apoiou a decisão do comandante, disse que carregar a responsabilidade para o campo não é legal e que sua intenção é sempre se divertir dentro das quatro linhas.
“Quero brincar dentro de campo. Você carrega a responsabilidade para dentro de campo e é horrível. Eu senti isso (quando foi criticado no início de 2023 por não marcar gols no Paulistão), você fica muito pesado e precisa se sentir leve, feliz, realmente como uma criança. Assim como meu irmão Noah, sem responsabilidade de nada”, falou o 9 do Verdão, que completou:
“Se deve entrar em campo para ser feliz, como uma criança em um parque de diversões. Igual o Abel falou para mim, que tinha que ir para a Disney, que era uma criança e tinha que me divertir. Levei para a vida toda. Penso que quando entro em campo ali é meu parque de diversões”, concluiu Endrick.
