Ex-presidente condenado Internacional
Futebol Brasileirão

Internacional: Ex-presidente e ex-vice são condenados a prisão por crimes na gestão do clube

Em julgamento ocorrido na última segunda-feira (04), o ex-presidente do Internacional, Vittorio Piffero, e o ex-vice de Finanças do clube, Pedro Affatato, foram condenados por irregularidades cometidas no biênio 2015/2016. O processo expedido pela 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, em Porto Alegre, condenou Piffero, Affatato e outras três pessoas envolvidas nos crimes à época.

O ex-presidente colorado pegou 10 anos e seis meses de prisão em regime fechado, além de pagamento de multa, pelos crimes de estelionato e organização criminosa. O ex-vice de Finanças do Internacional pegou uma pena maior, 19 anos de prisão em regime fechado e multa, pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Vittorio Piffero e Pedro Affatato podem recorrer em liberdade diante das decisões.

As outras três pessoas sentenciadas no processo aberto pela justiça gaúcha, são o engenheiro do Internacional entre os anos de 2015 e 2016, e dois empresários do ramo da construção civil. Os três citados, que não tiveram seus nomes divulgados, estão envolvidos no esquema supostamente comandado por Piffero e Affatato à época, e que teria desviado cerca de R$ 13 milhões dos cofres do colorado.

Os advogados dos dois primeiros citados na matéria, em entrevista ao ge RS, afirmaram que irão se manifestar apenas nos autos do processo, e que irão recorrer da decisão que condenou ambos os clientes pelos supostos casos de corrupção no Internacional. Além disso, relataram que ainda não tiveram acesso aos conteúdos da sentença de ontem.

Esta foi a primeira sentença decorrente das investigações focadas na gestão colorada do biênio 2015/2016, a qual segue sendo averiguada e posicionada principalmente nos departamentos financeiro e patrimonial do Inter, que também tem investigado pela justiça do RS, o departamento de futebol. Processos os quais seguem em tramitação no judiciário do estado e podem aumentar a pena dos cinco envolvidos nessa condenação.

Entenda o caso que gerou a condenação dos ex-dirigentes do Internacional

Pedro Affatato, vice de Finanças do Inter na gestão Piffero
Pedro Affatato, ex-vice de Finanças do Inter. Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com/

 

As investigações de irregularidades que culminaram na condenação de Piffero, Affatato e outros três envolvidos se iniciou em 2017, ano que o colorado disputou a Série B do Campeonato Brasileiro após ser rebaixado na temporada anterior. Em abril daquele ano, o Conselho Fiscal do Inter emitiu um parecer no qual recomendara ao Conselho Deliberativo a reprovação das contas do mandato de Vittorio Piffero, encerrado em 2016, e que rapidamente foi acolhido, pela primeira vez na história do clube. O presidente do Conselho Fiscal à época, Geraldo Costa da Camino, pediu a abertura de sindicância na qual foram apuradas ‘graves falhas de controles internos’ através de uma auditoria externa contratada pelo Internacional na ocasião.

Cinco meses depois, em setembro, um relatório financeiro do clube apontou uma ‘inconsistência’ de R$ 9 milhões em notas frias, por meio de contratos não realizados com cinco empresas de construção civil. O relatório afirmava que pagamentos foram realizados pelo Inter em obras não realizadas no complexo do estádio Beira-Rio. Dando margem à situação irregular ocorrente na gestão anterior, os conselheiros então decidem criar uma comissão especial para averiguar os gastos do biênio.

Um ano depois, o Conselho Deliberativo do Internacional define de forma unânime tornar inelegível Vittorio Piffero e outros três ex-dirigentes que participaram de sua gestão entre os anos de 2015 e 2016, o ex-vice de Finanças, Pedro Affatato; o ex-vice de Patrimônio, Emídio Ferreira; e o ex-vice de Administração, Alexandre Limeira. Os quatro foram apontados como culpados pelo clero colorado, de gestão irregular e temerária pelo período.

Em dezembro de 2018, o MP do Rio Grande do Sul deflagrou uma operação na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra Piffero, Affatato e outros ex-dirigentes integrantes da diretoria de seu período como presidente do Inter. A operação batizada de ‘Rebote’, apreendeu documentos e outras informações às quais deram margem aos inquéritos abertos pelo Ministério Público gaúcho, e tornaram o ex-presidente e o ex-vice réus em novembro de 2019.

Foto: Tomás Hammes/GloboEsporte.com

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