Leila Pereira está em Londres, com a Seleção Brasileira - Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Futebol Seleção Brasileira

Leila Pereira critica “brecha” que pode soltar Daniel Alves: “tapa na cara”

A presidenta do Palmeiras e chefe da delegação da seleção brasileira nos amistosos dos próximos dias 23 e 26 de março contra Inglaterra e Espanha, Leila Pereira, mostrou mais uma vez que não foge de assuntos polêmicos.

Nesta quinta-feira (21), mesmo em meio ao silêncio da CBF (que a convidou para chefiar a delegação do Brasil), a mandatária alviverde se posicionou de maneira firme sobre a notícia da possibilidade de soltura concedida pela Justiça da Espanha a Daniel Alves, condenado a quatro anos e meio por estupro, mediante pagamento de € 1 milhão (R$ 5,4 milhões), e sobre o caso de Robinho, também condenado por estupro coletivo.

“Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte”, falou Leila, durante entrevista concedida em Londres.

Mesmo após as declarações de Leila, a CBF segue sem emitir qualquer nota ou comunicado a respeito dos casos dos dois ex-jogadores que chegaram a defender a Seleção em diversas competições, inclusive em Copas do Mundo.

Chefe da delegação da Seleção, Leila Pereira foi enfática sobre os casos de Robinho e Daniel Alves - Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Chefe da delegação da Seleção, Leila Pereira foi enfática sobre os casos de Robinho e Daniel Alves – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Elogios à Leila

Após a declaração de Leila Pereira, o ex-centroavante da Seleção, Walter Casagrande Júnior, que disputou a Copa do Mundo de 1986 pelo Brasil, elogiou a presidenta do Palmeiras por sua postura diante de casos, e criticou a CBF e o futebol brasileiro por sua omissão.

“Uma mulher não poderia mesmo se calar diante dessas barbáries que esses caras, Robinho e Daniel Alves, cometeram de forma covarde e nojenta, e que o futebol brasileiro permanece calado”, escreveu o hoje comentarista Casagrande em seu blog no Uol.

Atualização dos casos

Robinho, que estuprou de maneira coletiva com mais cinco amigos uma mulher albanesa de 23 anos, em 2013, em uma boate de Milão, foi condenado pela Justiça da Itália em 2022 a nove anos de prisão, mas como já estava no Brasil, seguiu em liberdade por não poder ser extraditado.

Devido a isso, a Justiça da Itália pediu que o ex-jogador cumprisse a pena no Brasil, fato que deve acontecer, pois Robinho foi novamente julgado nessa quarta-feira (20), dessa vez no Brasil, e foi condenado mais uma vez aos nove anos de cárcere privado que devem iniciar de maneira imediata. A defesa do ex-santista recorreu ao STF, mas não obteve êxito.

Robinho foi novamente condenado a nove anos de prisão - Foto: Pedro Vilela/Getty Images
Robinho foi novamente condenado a nove anos de prisão – Foto: Pedro Vilela/Getty Images

Já Daniel Alves, mesmo com a possibilidade de soltura mediante pagamento de fiança de € 1 milhão, segue preso em Barcelona, visto que sua defesa não conseguiu depositar a quantia até as 14h do horário da capital catalã, prazo limite para que o brasileiro pudesse ser solto. Caso os advogados de Daniel consigam efetuar o pagamento nos próximos dias, o ex-barça sairá do presídio e aguardará o desfecho do recurso em liberdade.

Daniel Alves durante o julgamento - Foto: D. Zorrakino/POOL/Europa Press
Daniel Alves durante o julgamento que o condenou a quatro anos e meio de prisão – Foto: D. Zorrakino/POOL/Europa Press

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *