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Futebol

Santos tem atuação fraca tecnicamente, desorganizada e sem alma, perde para o Barcelona de Guayaquil e está fora da Libertadores 

(por Rafael Lima) O Santos foi até Guayaquil à procura de um milagre. Com um time titular que tinha apenas dois jogadores acima de 23 anos, a equipe brasileira precisava vencer o Barcelona e torcer para que o Boca Juniors não vencesse o frágil The Strongest na Bombonera.Apesar de ter poucas esperanças de uma classificação, existia a expectativa de ver a equipe praiana após uma semana de treinamentos de Fernando Diniz. Porém, o que se viu foram jogadores perdidos em campo, sem um posicionamento adequado, deixando espaços vazios e entrando em campo de forma apática, sem vibração. O meio-campo de garotos formado por Balieiro, Ivonei e Pirani foi inexistente, de certa forma até constrangedor, não protegia a frágil defesa e não fazia a ligação com o ataque. Desta forma seria improvável vencer uma equipe razoável e, tendo pela frente um bom adversário, a missão se tornou impossível.Diniz chegou a pouco tempo, mas tem muita coisa para consertar, porém, o técnico tem a menor parcela de culpa na eliminação precoce dos atuais vice-campeões, pois a diretoria, em nome da contenção de despesas, vendeu titulares importantíssimos e não repôs as peças, colocando a responsabilidade em garotos, sem a mescla necessária, para resolverem os jogos, e agora corre o risco de queimar algumas promessas. O presente é ruim, já que o peixe chegou na última rodada do estadual com perigo de rebaixamento e foi eliminado na fase de grupos da Libertadores, mas se a diretoria não mudar a filosofia de trabalho, o futuro poderá ser muito pior. O jogo Santos e Barcelona fizeram um início de jogo equilibrado de muita entrega, mas com pouca inspiração. A equipe brasileira parecia organizada, porém, não assustava os donos da casa.Aos 12’, em uma jogada até certo ponto despretensiosa, desceu pela esquerda com um cruzamento de Garcés que passou por toda a extensão da área, numa falha coletiva da defesa, que fez a bola chegar em Damián Díaz para só colocar a bola no fundo do gol. Aos 25 minutos, após rebote de escanteio, Castillo bateu de fora da área para grande defesa de João Paulo. Na sequência, Díaz testou o goleiro santista com um belo voleio. Depois do gol, o Barcelona melhorou. O Santos tentava controlar o jogo e agredir, mas tinha a posse de bola, girava de um lado para o outro, arriscava alguns cruzamentos, mas não levava nenhum perigo aos equatorianos. Do outro lado, o oposto, o Barcelona não fazia questão da bola, mas era muito mais perigoso no contra-ataque, aos 37 minutos Hoyos chutou com muito perigo.Já nos acréscimos, em um erro de inversão de Díaz, Lucas Braga recuperou a bola, avançou e chutou para a defesa de Burrai, que espalmou para o meio da área, encontrando Kaio Jorge livre para fazer o gol de empate antes do intervalo.No segundo tempo o Santos mexeu no esquema, trocando Angelo por Marcos Leonardo para dar mais liberdade para Kaio Jorge. Apesar disso, a equipe brasileira não era contundente, mas, no início, também não sofria tanto, mesmo se mostrando vulnerável. Porém, aos 8 minutos da etapa complementar, Hoyos aproveitou a desatenção de Felipe Jonatan, que reclamou de falta com a arbitragem, e cruzou rasteiro para Díaz marcar o segundo dele e dos equatorianos. O argentino Damián Díaz foi o grande maestro da partida.O Santos não tinha forças e o Barcelona tocava a bola e não agredia. Só que aos 31’, Cortez cortou Kaiky de forma seca e lançou Montaño, que ganhou da zaga em velocidade e bateu sem chances para o goleiro João Paulo. Tava bem fácil para o time da casa.Daí em diante os equatorianos tocaram de lado, o Santos tentava atacar de forma desordenada e, exceto um chute de Marcos Leonardo de fora da área para a defesa de Burrai, nada mais aconteceu. Final: Barcelona de Guayaquil 3×1 Santos O Barcelona de Guayaquil do experiente e cerebral Damián Díaz, se classifica em primeiro lugar num grupo com as presenças de Boca Juniors e Santos. A classificação não foi por acaso, já que o campeão equatoriano demonstrou um futebol ofensivo e de toque de bola, bem agradável de se assistir. Já o Peixe, disputará a Copa Sul-americana, mas precisa se reforçar para também não ser eliminado precocemente de mais uma competição.

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