Paulo André
Futebol Brasileirão

Em entrevista, Paulo André fala de sua relação com Ronaldo e sua passagem pela administração do Cruzeiro: “Ronaldo foi maluco”

De saída do Cruzeiro na próxima semana, o executivo de futebol, Paulo André, contou em entrevista ao portal Globo Esporte.com sobre sua convivência com Ronaldo e sua passagem pelo clube mineiro. Ele afirmou ao portal que agora irá administrar o Real Valladolid até o fim do seu contrato em junho:

“O que eu posso dizer é que, na próxima semana, eu sigo para a Espanha. O objetivo é acompanhar o Valladolid nos últimos jogos da Segunda Divisão. Nós também temos o desafio lá de devolver o clube ao seu lugar, que é a Primeira Divisão. Meu contrato com o grupo, com o Ronaldo, vai até o dia 30 de junho” – Afirmou o ex-jogador.

Paulo André é amigo de Ronaldo desde os tempos em que jogava no Corinthians. Segundo o executivo, a confiança do fenômeno nele, o fez chamar para comandar a raposa: 

“Essa relação começa lá em 2009, quando vou para o Corinthians, e o Ronaldo já está lá. É um cara muito divertido, muito curioso. A gente se conecta e essa amizade vai crescendo. Nos aproximamos muito. Quando o Ronaldo encerra a carreira, perdemos um pouco de contato. Quando eu saio do Athletico, o Ronaldo promove um torneio de tênis na casa dele. E lá comenta sobre o Valladolid, me convida para visitar e conhecer a estrutura. Algum tempo depois, eu acabo indo trabalhar lá. Quando ele faz o que parecia uma loucura – e hoje se mostrou um grande acerto – que foi comprar o Cruzeiro, eu venho junto com ele”.

Quando chegaram no Cruzeiro, a situação era bem pior do que se imaginava, e contou que mesmo sem ter comprado o clube, Ronaldo e ele, ficaram a cargo de intervir para a melhora do clube:

“Tinha de tudo. Absurdos, condições inacreditáveis e totalmente lesivas ao clube. Era um negócio assustador. A condição da Toca 1, da base, deplorável, colapsando. Não havia área de mercado, área de performance, não havia nada”.

“O Ronaldo foi maluco, porque ele começa a atuar no clube sem ter comprado o clube. Isso não existe em um processo de reestruturação. Ele deveria [entrar] só depois da aprovação, pelo conselho, da compra. Mas a gente entrou bem antes. Ele coloca dinheiro antes para liberar transfer ban, para a gente poder inscrever jogador, para poder jogar o campeonato (Mineiro). Foi um processo à brasileira, mas ao mesmo tempo foi o que o Cruzeiro precisava. Se não fosse daquele jeito, eu acho que não teria dado jeito. E aí se perderia aquele ano, que talvez fosse o ano derradeiro, da destruição desse clube gigantesco e maravilhoso que é o Cruzeiro”.

Sobre a polêmica saída de Fábio para o Fluminense, Paulo falou que foi uma decisão difícil, mas que está feliz que ambos conseguiram andar com bons momentos:

“Essa, sem dúvida, foi uma das decisões mais difíceis daquele início. Entre salvar o ídolo e salvar o clube, a gente optou por salvar o clube. Infelizmente, as histórias não continuaram juntas naquele momento. Administrativamente [depois] houve contato, acertos, acho que as partes se acertaram e conseguiram conduzir de forma amigável. Fico feliz, porque ao sair daqui ele conseguiu ter sucesso no clube novo, o Fluminense, foi campeão da Libertadores. Ninguém nunca questionou a qualidade dele como goleiro, a qualidade como pessoa. Acho que os dois lados seguiram e seguiram bem”.

A entrevista falou de outros assuntos referentes a sua carreira, que você pode acompanhá-la aqui. Sobre o Cruzeiro, Paulo André, afirmou sair orgulhoso de ter reestruturado a raposa enquanto esteve no comando, e abriu o jogo sobre o seu futuro ao final do contrato com Ronaldo: 

“Eu me sinto orgulhoso ao finalizar essa etapa. Tenho a sensação de dever cumprido tanto ao clube, quanto ao torcedor, quanto ao Ronaldo, que confiou em mim para esse processo de reestruturação. Conseguimos cumprir os objetivos traçados para estes primeiros dois anos, tanto esportivos quanto financeiros. E só quem viveu o dia a dia do Cruzeiro, desde a compra, pode ter a magnitude desse feito, do que nós passamos no dia a dia para resgatar esse gigante. O saldo é extremamente positivo. Saio feliz e agradecido por ter feito parte dessa história”.

“Assim que sentir aquele friozinho na barriga, vou encarar um novo desafio. Quero aprender. O que me estimular a aprender e desafiar, eu vou comprar. Se virar uma rotina maçante, estou fora. Vou para casa, jogar meu tênis e fazer minhas coisas. Não estou nisso por um emprego, mas quero fazer coisas diferentes dentro das minhas limitações, que são muitas” – Finalizou.

(Foto: Reprodução/ TV Globo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *