Em entrevista realizada nesta segunda-feira, 22, Franco Collavino, gerente geral da Udinese, confirmou que os torcedores considerados culpados por racismo contra o goleiro Mike Maignan, do Milan, serão banidos por toda a vida.
O caso aconteceu no último sábado, 20, durante a partida entre Udinese e Milan no Bluenergy Stadium. Antes de deixar o campo, Maignan alertou ao árbitro da partida que parte da torcida da Udinese estava fazendo cantos racistas contra ele, segundo a imprensa italiana.
“A possível proibição do estádio Daspo imposta pelas autoridades judiciais tem uma duração limitada, mas trabalharemos para excluir estes racistas do estádio para sempre”, disse Collavino aos jornalistas.
“Não houve gritos, tanto o árbitro quanto o Ministério Público Federal confirmaram isso para nós… Mesmo que fosse apenas um, ainda assim seria algo muito grave”, completou o dirigente.
O banimento ‘Daspo’, citado por Collavino, seria a punição que proíbe pessoas que demonstraram um comportamento violento de comparecer a qualquer evento esportivo em toda a Itália.
Mensagem da Udinese
No domingo, 21, um dia após o caso, Maignan utilizou suas redes sociais para publicar uma mensagem onde cobrava a responsabilização de “todo o sistema”, incluindo as pessoas que cometeram o crime, das outras que viram e não fizeram nada, da Udinese e das autoridades.
Logo após a mensagem, a Udinese publicou, também nas redes sociais, uma mensagem afirmando que “lamenta profundamente e condena todos os atos de racismo e violência”. Além disso, o clube garantiu que está “colaborando com todas as autoridades investigadoras para garantir o esclarecimento imediato do incidente”.
Repercussão internacional
O caso envolvendo o goleiro chegou até a França, onde Didier Deschamps, atual treinador da seleção francesa, defendeu Maignan.
“Dou todo o meu apoio a Mike Maignan”, disse Deschamps. “O que o nosso goleiro passou ontem em Udine é totalmente inaceitável. Compreendo perfeitamente a decisão dele de deixar o campo.
“Os insultos racistas são inaceitáveis e devem ser condenados nos termos mais fortes possíveis. O racismo não tem lugar em lugar nenhum e deve ser combatido incansavelmente”, completou.
(Foto: Alessio Marini/IPA Sport)
