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Brasileirão Futebol

Corinthians: Clube acusa ex-presidente de má-fé em renegociação com empresário

O Corinthians apresentou à Justiça uma alegação de má-fé contra Duilio Monteiro Alves, ex-presidente do clube, em relação à renegociação de dívida com o empresário André Cury.

Segundo documentos assinados pelo diretor jurídico Yun Ki Lee e outros advogados, o clube argumenta que Duilio concordou em pagar R$ 2 milhões ao empresário, embora a dívida fosse de apenas R$ 1,5 milhão. A defesa do clube afirma que a antiga gestão não cumpriu o acordo com André Cury de maneira deliberada.

“É certo que houve eleição para novo presidente do clube em 25 de novembro de 2023.

“Por sua vez, o sr. Duílio Monteiro Alves tinha conhecimento de que não seria reconduzido ao cargo [por vedação estatutária], o que levanta suspeitas sobre uma possível intenção de causar prejuízo à próxima gestão [o que, eventualmente, será apurado em sede própria], já que a última parcela venceria em dezembro, ainda em sua gestão”, aponta a defesa do Corinthians, argumentando que a dívida com André Cury iria prescrever no fim de 2023.

Em resposta, o ex-presidente justificou a negociação, destacando a necessidade de enfrentar dívidas para evitar disputas judiciais que poderiam resultar em custos ainda maiores para o clube.

“Havia dívidas cujo prazo exigia renegociação e que precisavam ser enfrentadas a fim de evitar disputas judiciais certas, que poderiam resultar em valores bem superiores. Não é porque eu estava em fim de gestão que eu ia permitir que o Corinthians entrasse nessa roleta russa com credores”, afirmou o Duílio

Na perspectiva da atual diretoria, a conduta de Duilio sugere que o contrato foi assinado às vésperas da eleição com o intuito de prejudicar a nova gestão.

André Cury cobra neste processo o valor referente ao comissionamento em três negociações:

– Intermediação da contratação de Otero: R$ 500 mil em 10 parcelas de R$ 50 mil, com a primeira vencendo em janeiro de 2021 e a última em outubro de 2021;

– Intermediação da contratação de Cazares: R$ 500 mil em 10 parcelas de R$ 50 mil, com a primeira vencendo em janeiro de 2021 e a última em outubro de 2021;

– Intermediação da contratação de Ederson: R$ 540 mil em três parcelas de R$ 180 mil, com a primeira vencendo em dezembro de 2020 e a última em fevereiro de 2021.

Disputa Legal e Valor Cobrado

Este é um dos cinco processos movidos por André Cury contra o Corinthians na Justiça desde março deste ano. As cobranças totais ultrapassam R$ 27 milhões. O clube contesta não apenas as alegações de má-fé, mas também o índice usado para correção da dívida, o CDI.

O Timão, além de contestar a má-fé de Duilio, também questiona o índice utilizado para a correção da dívida, o CDI, argumentando que a repactuação do débito em 2023 deve ser desconsiderada pela Justiça:

“Tratando-se de um título que foi firmado em contrariedade à boa-fé que se espera, devem ser considerados os contratos originais, e, desta forma, a prescrição que se operou quanto àqueles”, conforme a defesa do clube.

Recentemente, uma decisão de primeira instância determinou que o alvinegro pague aproximadamente R$ 22 milhões a André Cury. Em caso de não cumprimento, o clube pode ter seus bens penhorados. O Corinthians, alegando dificuldades financeiras, solicita que a penhora não exceda R$ 150 mil.

Duilio Monteiro Alves, ex-presidente do Corinthians (Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians)
Duilio Monteiro Alves, ex-presidente do Corinthians (Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians)

Ex-presidente do Corinthians critica a atual gestão

Além de se defender das acusações, Duilio Monteiro Alves criticou a gestão atual do clube, particularmente Yun Ki Lee, atual diretor jurídico do clube e aliado do atual presidente Augusto Melo. Ele aponta preocupações com a administração de alto risco e questões relacionadas ao contrato de patrocínio máster.

“O atual diretor jurídico do Corinthians, com a autorização da atual presidência, parece gostar de administrar com alto risco, deixando caminho livre para novos processos e dívidas profundas.

“O atual diretor jurídico do Corinthians deveria estar se preocupando com o contrato de patrocinador máster, que, segundo afirmou o próprio clube, passou pelo inusitado ‘compliance do jurídico’ e acabou por permitir pagamento de comissão a empresa que não tinha CNAE para prestar serviço de intermediação nem apresentou contrato que comprovasse ter legitimidade para representar a VaiDeBet na negociação”, disse Duílio

(Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians)

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